A rede Ethereum não é apenas um blockchain, e sim, um ecossistema completo em que muitos tokens e aplicativos são criados. E para facilitar a comunicação entre si, foram desenvolvidos padrões que orientam como os programadores devem implementar algumas funcionalidades. Dentre eles, o mais popular é o ERC-20.
Entendendo a rede Ethereum e o padrão ERC-20 no mercado de criptomoedas
Logo quando o Bitcoin surgiu e começou a ser comentado nos happy hours, muitos diziam que as criptomoedas eram o “dinheiro dos nerds”.
Até então, compreender e adentrar neste universo parecia algo reservado apenas para os fissurados por tecnologia e que trabalhavam com ela – desenvolvedores e programadores.
No entanto, o surgimento e os benefícios de novos ativos digitais atraíram todos os tipos de investidores, incluindo aqueles que se consideram mais conservadores e vindos das finanças tradicionais.
Embora eles possam certamente ser bem-sucedidos no espaço cripto, saber o básico de algumas das propriedades mais importantes e presentes na maior parte dos criptoativos se torna cada vez mais necessário.
E um dos principais conceitos que regem grande parte do espaço e que é especialmente relevante para contratos inteligentes presentes na rede Ethereum é o padrão ERC-20.
No artigo de hoje, você vai entender:
Compreender estes conceitos poderá ser decisivo na escolha de seus melhores investimentos em tokens e criptomoedas.
Vamos lá?
A criptomoeda ETH (ou ‘ether’) é considerada o combustível digital da rede Ethereum.
Assim como é preciso gasolina (ou álcool/diesel) para fazer um carro funcionar, as transações da blockchain Ethereum precisam do ETH para serem validadas e registradas, que representa a energia computacional necessária para que sejam executadas.
Voltando a analogia do carro, assim como ele precisa de uma certa quantidade de combustível para ligar e se locomover de um ponto a outro, cada transação exige uma quantidade específica de ETH para “funcionar”.
Esse cálculo é traduzido em GAS, que coincidentemente remete a palavra gasoline (gasolina) em inglês.
Pense nele como sendo o preço que um posto de combustível irá cobrar de você para encher o tanque do seu carro.
Sendo assim, para cada transação que você faz na rede Ethereum (envio de tokens, interação com contratos inteligentes, etc…), será cobrado um valor para que ela seja executada.
Em resumo: o pagamento é calculado em GAS e o “dinheiro” utilizado é o ETH.
Vale lembrar que o cálculo de GAS não é fixo, e ele pode ficar mais caro se a rede Ethereum estiver congestionada (com muitas transações a serem executadas no mesmo momento).
Outro ponto importante é que a Ethereum não é apenas um blockchain, como um Bitcoin: é uma plataforma onde é possível serem criados os aplicativos descentralizados (dApps) e tokens diversos.
À medida que a popularidade do Ethereum crescia e as pessoas começaram a desenvolver seus próprios contratos inteligentes, surgiu um problema: como você faz com que esses diferentes contratos interajam entre si?
E a resposta está justamente nos padrões e conjunto de regras estabelecidos pela comunidade, e dentre eles, o mais popular é o ERC-20.
O ERC-20 é um padrão técnico usado para emitir e implementar tokens na rede blockchain Ethereum.
A sigla significa “Ethereum Request for Comment” – em português, ‘Requisição de Comentário Ethereum”.
Ele foi proposto em novembro de 2015 pelo desenvolvedor do Ethereum, Fabian Vogelsteller, e descreve um conjunto comum de regras que devem ser seguidas para que um token funcione corretamente no ecossistema Ethereum.
Pode ser definido como um guia técnico, que contém as especificações necessárias para os programadores desenvolverem seus aplicativos na Ethereum, facilitando assim como serão as interações entre os contratos inteligentes.
O padrão ERC-20 tem sido a escolha dominante para a criação de novos tokens há algum tempo, sendo particularmente popular entre ICOs e empresas de crowdfunding.
Atualmente, existem dezenas de milhares de tokens distintos que foram emitidos e operam de acordo com o padrão ERC20.
A seguir, listamos algumas funções contidas no padrão ERC-20 que os programadores devem implementar em seus projetos:
Além disso, essas funções também acionarão até dois eventos, incluindo o transfer (que ocorre sempre que os tokens são transferidos) e o approve/validation, que é ativado sempre que uma aprovação é necessária.
Além do ERC-20, outros padrões Ethereum foram criados por diferentes razões, incluindo:
Embora o ERC-20 tenha recebido amplo suporte na forma de novos tokens em conformidade com seus padrões, muitos na comunidade de desenvolvimento acreditam que este padrão é limitado ou falho de uma ou mais maneiras.
Por esse motivo, desde sua criação, vários padrões alternativos de token também foram propostos.
Mesmo assim, o ERC-20 é amplamente utilizado, o que acabou empurrando o Ethereum como a segunda maior criptomoeda em valor de mercado, e sua tração continuará enquanto ela mantiver seu status.
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