O que são aplicativos descentralizados (dApps)?

DeFi Fácil

Aplicativos descentralizados são programas criados através de contratos inteligentes, e inseridos em uma rede blockchain. Sua natureza permite que uma infinidade de serviços sejam oferecidos, ao mesmo tempo que fornece maior segurança e privacidade aos usuários, e estão revolucionando o mercado cripto.

Equipe 2nd Market

27 set 2022 • ATUALIZADO 27 set 2022

Já imaginou contratar diretamente um empréstimo com alguém, sem a necessidade de um banco ou instituição financeira como intermediário?

Ou você mesmo disponibilizar seu dinheiro para emprestar a outros, sem precisar pagar inúmeras taxas que acabam corroendo os juros que ganhou nessa transação?

Com o surgimento do Bitcoin e a blockchain, isso se tornou totalmente possível.

Essa nova tecnologia, que vem ganhando tração na nova economia, trouxe a tona um novo formato de aplicações.

Estamos falando dos aplicativos descentralizados (ou dApps se preferir) e você vai aprender mais a fundo sobre como eles funcionam nesse artigo.

Vamos lá?

O que são aplicativos descentralizados (dApps)?

São aplicativos que estão inseridos em uma rede peer-to-peer (ponto a ponto ou P2P como quiser chamar) e não possui uma empresa ou agente que detém o controle sobre eles.

As regras e funcionalidades de um dApp são descritas em um contrato inteligente, e trazem uma ampla gama de possibilidades para os usuários.

Apesar de se diferenciarem quanto a sua arquitetura e funcionalidades, os aplicativos descentralizados obedecem alguns critérios para serem considerados assim.

São eles:

  • Possuir código aberto (onde qualquer mudança no protocolo deve ser validada entre os participantes da rede), sem nenhuma entidade possuindo a maior parte das moedas ou tokens;
  • Estar armazenado em uma rede descentralizada (blockchain);
  • Devem gerar ativos digitais como prova de valor;
  • Os ativos devem ser distribuídos como recompensa entre os participantes da rede.

Se formos levar em conta todas essas características, pode-se pensar que o Bitcoin e muitas outras criptomoedas são formatos rudimentares de dApps.

Representação virtual de um aplicativo descentralizado (dApp) na blockchain.

Com isso, se tornou possível também o que chamamos de finanças descentralizadas (DeFi), onde novos produtos e serviços financeiros puderam ser implementados.

Mas o que os diferencia de verdade frente as aplicações centralizadas?

Diferença entre apps centralizados e descentralizados

Vamos pensar em um aplicativo de um banco tradicional, que possui todas as informações e dados centralizados em um gigante datacenter.

Com todo esse poder, ela pode estabelecer suas próprias regras e fazer mudanças repentinas em suas políticas de crédito.

Por exemplo, ele decide o que fará com seus dados, determina as taxas e valores a serem cobrados em seus produtos e serviços, etc…

Ao mesmo tempo, essa centralização também abre espaço para que suas vulnerabilidades sejam exploradas por hackers e agentes maliciosos.

Já quando falamos de um aplicativo descentralizado, todo seu código está hospedado em uma blockchain.

Nela, vários computadores estão interligados e vários participantes estão atuando, tanto para usar a rede como para mantê-la funcionando.

E assim, não existe uma autoridade central que possa interferir diretamente no funcionamento ou nas regras de um dApp.

Por exemplo: um desenvolvedor pode criar um aplicativo similar ao Twitter e publicá-lo em uma blockchain, permitindo que os usuários dele possam publicar suas frases curtas.

Desenvolvedor criando um aplicativo descentralizado (dApp).

Uma vez que elas são postadas, ninguém – nem mesmo o desenvolvedor que criou o app – pode deletar essas frases, já que elas estarão registradas nessa rede distribuída.

Tudo isso reflete tanto os benefícios quanto os desafios que se apresentam para aplicativos descentralizados.

Vantagens x Desafios dos dApps

Diante de toda a natureza dos aplicativos descentralizados, vamos agora enumerar as principais vantagens de seu uso:

  • Elimina intermediários: como já mencionado antes, não existe um agente centralizador que intermedia os processos de um dApp, tornando-os livre de censuras ou restrições quanto ao seu uso;
  • Funcionamento contínuo: como toda a rede é operada por vários participantes, os dApps continuam funcionando, mesmo que um computador da rede seja desligado ou fique inoperante;
  • Blockchain como base: visto que os dApps são alocados em uma rede distribuída, é possível utilizar criptomoedas e tokens para executar suas funcionalidades básicas;
  • Código aberto: isso permite que o ecossistema possa ser explorado ao máximo, permitindo que novos aplicativos com diversas funcionalidades sejam adicionados na rede.

Por outro lado, essa nova abordagem também traz alguns desafios tanto para os usuários quanto para os desenvolvedores:

  • Hacks: apesar da natureza imutável da blockchain que não permite a reescrita de um contrato inteligente, agentes maliciosos podem analisar o código em busca de falhas e usá-las para realizar ataques;
  • Usabilidade: muitos dApps possuem uma interface com baixa experiência de uso, e isso acaba afastando os usuários.
  • Usuários: apesar de contar com cerca de 2.4 milhões de usuários ativos, a adoção dos dApps ainda está no seus estágios iniciais, e esse número precisa crescer para aumentar a eficiência e segurança da rede.

Conforme a economia cripto vai amadurecendo e novos usuários experimentando as vantagens dos aplicativos descentralizados, os desafios vão sendo aos poucos superados.

Inclusive, alguns deles já estão disponíveis para serem utilizados e já possuem uma boa base de usuários que estão desfrutado de suas funcionalidades.

Exemplos de aplicativos descentralizados

Uniswap

É uma corretora 100% descentralizada, em que os usuários conseguem fazer trocas ponto a ponto de tokens uns com os outros, sem um intermediário centralizador da operação.

Decentraland

Um metaverso exclusivo, onde os usuários possuem seus avatares para interagir com a plataforma, e podem comprar objetos ou terrenos virtuais representados por NFTs.

Cryptokitties

Um jogo on-line descentralizado hospedado na rede Ethereum, em que os jogadores criam “gatos virtuais” e podem vende-los e comprá-los utilizando Ether.

Audius

Plataforma descentralizada de streaming de música, em que os artistas podem lançar suas músicas sem a necessidade de uma gravadora, e recebem royalties na criptomoeda $AUDIO.

Uma mulher ouvindo música de seu celular acessando um aplicativo descentralizado (dApp).

Gods Unchained

Jogo on-line de cartas criadas em formato de NFTs, onde os jogadores possuem total propriedade sobre seus cards e podem revende-los na plataforma.

O futuro dos aplicativos descentralizados

Assim como a nova economia mundial, os dApps ainda estão nos estágios iniciais de desenvolvimento e adoção.

Mesmo assim, já existe uma infinidade de aplicativos registrados em diferentes blockchains, e aos poucos, empresas e instituições estão implementando seus serviços nesse formato.

Conforme o tempo passa, os problemas e desafios que esse novo ecossistema possui vão sendo resolvidos, assim como o número de usuários também crescerá.

E você pode acompanhar essa evolução conosco, se inscrevendo em nossa newsletter e ficando por dentro das novidades do universo cripto.