Moedas FIAT x Criptomoedas: Conheça as Principais Diferenças

Meio de Pagamento Fácil

Enquanto que moedas FIAT são emitidas por um governo centralizador, as criptomoedas se diferenciam por ter a rede blockchain como lastro e sua segurança garantida através da criptografia.

Equipe 2nd Market

15 jul 2022 • ATUALIZADO 27 jul 2023

Moedas FIAT x Criptomoedas: Conheça as Principais Diferenças

O surgimento das criptomoedas trouxeram a tona vários debates, incluindo o futuro das moedas tradicionais fornecidas por governos.

Apesar dessa nova tecnologia estar ganhando espaço no mercado, muitos ainda levantam dúvidas e até mesmo rejeitam a ideia de um formato de dinheiro que não seja controlado por um órgão centralizador.

No começo, os criptoativos se tornaram mais uma nova forma de se ganhar dinheiro rápido, já que alguns deles chegaram a valorizar mais de 1.000% em alguns meses.

Por outro lado, a real intenção de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcon – a maior criptomoeda existente – ao publicar o Whitepaper, era trazer ao mundo um novo sistema de pagamentos, excluindo a necessidade de governos e outros intermediários de validarem as transações financeiras.

Sendo assim, é importante que você saiba como funciona o dinheiro, e quais as principais diferenças e similaridades entre moedas FIAT e criptomoedas.

E tudo isso é o que vamos te ensinar nas próximas linhas!

A evolução do dinheiro na história desde o surgimento

O dinheiro é um requisito de qualquer transação financeira, sendo uma representação de valor coletivamente aceita em todo o mundo.

Mas como de fato ele surgiu?

Nas primeiras eras da civilização, as sociedades definiam o valor das coisas em quantidade de animais como vacas, cabras e ovelhas, bem como sacas de diversos tipos de cereais.

Então, as pessoas faziam a trocas de mercadorias diversas, e essa prática é denominada entre os historiadores como escambo.

Conforme as civilizações foram evoluindo, as pessoas utilizavam desde conchas até o sal (polêmica origem da palavra salário) como forma de dinheiro, até que o processo de cunhagem com metais preciosos tomou espaço na cultura ocidental.

Hoje, o dinheiro fiduciário (FIAT) – moeda legal emitida pelo governo sem valor intrínseco – representa o formato de dinheiro mais dominante no mundo todo.

Para muitos, as notas de papel e moedas física são a única forma forma de valor monetário conhecida.

No entanto, como a história nos mostrou, o dinheiro evolui e seu próximo estágio aconteceu em 2009, com o surgimento do Bitcoin e das criptomoedas.

Entendendo a função do dinheiro

Existem três pilares básicos que dão utilidade a qualquer forma de dinheiro:

  • Reserva de valor;
  • Meio de troca;
  • Unidade de conta.

A seguir, veja cada uma dessas características em mais detalhes, e como elas tornam uma moeda útil.

Reserva de valor

Todas os formatos de dinheiro devem atuar como uma reserva de valor, onde deve haver uma confiança generalizada de que ele manterá seu valor.

Por exemplo, quando uma empresa emite uma fatura de RS$ 100 para um cliente, ela deve ter certeza de que essa mesma quantia tenha o mesmo valor 30 dias antes.

Sem essa estabilidade, não há incentivo para usar algo como dinheiro, pois o risco de desvalorização é muito alto.

Meio de troca

O dinheiro deve ser uma forma de pagamento amplamente aceita.

Ambos os lados de uma transação financeira devem compartilhar a mesma percepção de valor.

Por exemplo, digamos que alguém se ofereça para pagar por seus serviços em notas do jogo Banco Imobiliário.

Como esse dinheiro não tem valor percebido (fora do contexto do jogo), você não o aceitaria como forma de pagamento.

Unidade de conta

Para funcionar como uma unidade de conta, o dinheiro deve ser capaz de precificar as transações financeiras.

Em outras palavras, ele deve ter a capacidade de estipular que aquele determinado bem passa a ser usado como referência na aferição de valores de serviços e bens, e unidade para permitir o cálculo econômico do valor das trocas realizadas.

Se, por exemplo, um celular iPhone e um Samsung custam, respectivamente, R$6.000 e R$2.000, podemos muito bem expressar os preços dos celulares como se 1 iPhone = 3 Samsungs.

Com esses princípios básicos, agora fica mais fácil para você compreender a diferença entre moedas FIAT e as criptomoedas.

O que são moedas FIAT?

Antes de mais nada, saiba que ‘FIAT’ e ‘fiduciário(a)’ são a mesma coisa.

São moedas emitidas por um governo, e não estão lastreadas por uma commodity física, como o ouro. Por exemplo: real, dólar, euro..

Nesse caso, o seu valor é percebido de acordo com a oferta e demanda no mercado, e por serem controladas por um governo centralizador, acabam sendo mais estáveis.

Esse controle feito pelos bancos centrais e outros órgãos governamentais ajuda a manter uma economia equilibrada, já que os mesmos regulam as taxas de juros e crédito.

Apesar das moedas FIAT parecerem possuir certa estabilidade, isso nem sempre acontece, já que períodos de inflação e recessão podem ocorrer.

Outros riscos também podem estar relacionados a políticas monetárias ruins que alguns governos implementam, já que eles tem o poder de imprimir mais dinheiro e assim, causar uma super inflação.

O que são criptomoedas?

São moedas digitais, existentes em um banco de dados online e público, chamado de blockchain, que registra transações específicas.

As criptomoedas são ativos que, além de serem um meio de troca, sua segurança está atrelada a criptografia (por isso, o sufixo ‘cripto’ para definir essas moedas).

Outra característica importante dessa classe de dinheiro é que sua origem está em um sistema peer-to-peer (ponto a ponto) de transferência de valores.

Isso significa que não existe a necessidade de um terceiro ou intermediário para que uma transação seja realizada.

Por exemplo, quando você faz uma compra com seu cartão de débito, existe uma operadora de cartões e um banco que validam esse processo.

Já no caso das criptomoedas, nenhum dos dois participam da transação, graças ao sistema peer-to-peer citado anteriormente.

Enquanto governos têm total controle sobre uma moeda, podendo inclusive imprimir mais delas e colocá-las em circulação, as criptomoedas são ativos descentralizados, não havendo um órgão ou instituição que controla as transações.

E por fim, a quantidade de uma criptomoeda é limitada, não sendo possível criar ou imprimir mais unidades, o que as tornam uma classe de ativos que dificilmente serão afetados por inflação.

Principais diferenças entre moedas FIAT e criptomoedas

As criptomoedas são uma forma de dinheiro, na medida em que permitem trocas entre duas partes e atuam como reserva de valor, dois pontos importantes citados antes.

E assim como as moedas FIAT, criptoativos não estão lastreados a uma commodity, e ambas contam com a confiança dos consumidores para funcionar como meio de troca.

Porém, as criptomoedas possuem características que superam algumas limitações frente ao dinheiro fiduciário.

Por exemplo, elas podem ser enviadas e recebidas por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento e sem a necessidade de um banco ou governo.

Este é o aspecto mais revolucionário desses ativos, graças a sua natureza descentralizada.

Comparação entre criptomoedas e FIAT

Outro detalhe muito importante: governos e autoridades podem adotar medidas desastrosas, imprimindo mais dinheiro e assim, levando a inflação e outros problemas econômicos.

Isso não acontece com as criptomoedas, visto que não é possível criar mais unidades depois que elas são lançadas no mercado.

Vale lembrar que as moedas FIAT tem seu valor atribuído porque um governo afirma que ela é legal – ou seja, elas não possuem valor intrínseco.

Além disso, elas basicamente equivalem a uma dívida, você sabia?

Quando um banco central emite notas, ele está simultaneamente emitindo a você, consumidor, uma porcentagem da dívida do seu governo.

A maior parte do dinheiro que um governo cria é quando os empréstimos são feitos.

Os bancos criam dinheiro quando as pessoas o pedem emprestado.

Embora as moedas FIAT pareçam obter uma parte importante de seu valor da dívida, esse não é o caso das criptomoedas, como o Bitcoin.

Ele tem valor intrínseco além da confiança de sua comunidade, não se apoiando em um sistema de dívidas, já que seu valor se resume a quão eficaz ele é como meio de troca.

Será que o dinheiro fiduciário deixará de existir?

Não podemos fazer previsões ou especular o futuro das moedas fiat, até porque elas ainda desempenham um papel importante na economia mundial.

Por outro lado, a disrupção que as criptomoedas trouxeram, com a introdução do Bitcoin em 2009, está provocando mudanças positivas e promissoras.

Como a história prova, o dinheiro e os sistemas que o sustentam continuarão a evoluir.

De conchas, sal, moedas de ouro a criptomoedas, a forma e a tecnologia podem mudar, mas os requisitos e o uso em relação ao valor, câmbio e contabilidade permanecem os mesmos.

A pergunta que fica é: qual a melhor opção para você? Moedas fiat ou criptomoedas?

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