Banco Central do Brasil: Realiza Fórum Público sobre Real Digital

Meio de Pagamento Banco Central do Brasil

Equipe Bank.ai

27 jun 2023 • ATUALIZADO 27 jun 2023

Durante uma transmissão ao vivo na plataforma do YouTube do Banco Central (BCB) na segunda-feira (26), Fábio Araújo, responsável pelo Real Digital no BCB, discutiu o futuro da CBDC brasileira e as fases seguintes do teste piloto. Este evento significou a primeira ocasião de diálogo público para a entidade sobre o assunto da moeda digital.

A Intenção do Fórum e a Participação de Mercado

A ideia do fórum é engajar diferentes participantes do mercado, incluindo o setor financeiro, bancos, órgãos reguladores e empresas de criptografia, na conversa em torno do teste piloto. Araújo enfatizou a intenção de criar um espaço democrático para o debate de assuntos de interesse mútuo.

Entidades como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional têm mostrado interesse no projeto piloto, segundo Araújo. Atualmente, o BCB está se concentrando em duas atividades: o teste piloto e o Fórum, que agora está aberto ao público.

No entanto, Araújo também mencionou que a diminuição dos recursos do BCB tem impactado todas as operações do Banco, considerando-se esse fator de risco ao longo do projeto.

Em relação ao Real Digital, o Fórum serviu de plataforma para a equipe técnica do projeto apresentar seu plano. Haroldo Cruz, líder do departamento de TI, destacou a preocupação de manter e melhorar os produtos existentes devido ao desequilíbrio salarial que tem impulsionado muitos para outras carreiras governamentais.

Avançando com a Tecnologia e Testes Iniciais

O projeto piloto utiliza largamente tecnologia baseada em contratos inteligentes ERC-20 da Ethereum, com a Hyperledger Besu, uma blockchain compatível com Ethereum, sendo utilizada. O Fórum destacou o interesse do BCB em interoperar com o ambiente de finanças descentralizadas, planejando inicialmente testar três ativos na rede.

Neste primeiro momento, o BCB afirmou que não vai priorizar escalabilidade, interoperabilidade de redes ou governança de ativos que não estão incluídos no teste piloto. Destacaram que, no momento, não é possível focar nesses aspectos, apesar de sua importância.

A equipe do projeto também enfatizou que este é apenas o começo, com o piloto servindo como um ambiente de testes e de avaliação de riscos tecnológicos. O resultado final será um relatório de avaliação da viabilidade técnica e comercial do projeto. A primeira fase dos testes, que vai até agosto, envolverá a utilização destes contratos sem privacidade, passando a focar na privacidade dos dados até fevereiro do próximo ano.

A apresentação também incluiu a exibição de alguns contratos inteligentes que serão usados na rede, que estarão disponíveis ao público em sua totalidade a partir de 3 de julho, via GitHub.

Foi ressaltado que o teste piloto não terá conexão real com o Sistema Transferência de Reserva (STR). Como um exemplo de contrato inteligente, foi apresentado o “RealDigitalEnableAccount”. Este contrato permite que os participantes do projeto piloto criem e administrem várias carteiras na rede, com o BCB criando a primeira carteira para cada participante.

Validadores e Infraestrutura do Projeto Piloto

A maioria dos validadores será distribuída entre as instalações do BC em Brasília (4) e a infraestrutura do Selic no Rio de Janeiro (2). O algoritmo de consenso escolhido pelo Banco Central foi “prova de autoridade”, o que significa que a permissão da rede estará sob o controle da instituição. O acesso à RSFN será offchain e terá uma largura de banda mínima para o piloto de 6MB/S, enquanto os links individuais de acesso terão uma largura de banda mínima de 10MG.

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